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terça-feira, 23 de maio de 2017

Grandes Discos Brasileiros | 'Os Mutantes' - Os Mutantes (1968)



Na publicação de hoje dos Grandes Discos Brasileiros vamos falar de um dos maiores grupos da história da nossa música brasileira e se não é o melhor. Sim Os Mutantes fizeram história e deixaram uma marca incomum no Rock nacional com sua músicas criativas utilizando de muitos apetrechos e instrumentos inusitados e por lançarem discos aclamados pela crítica e que sempre os colocam entre os melhores da história.




Vamos falar do seu álbum de estreia chamado Os Mutantes, lançado no ano de 1968, prestes a completar 50 anos e é lembrado até hoje por ser um trabalho muito diferente dos demais, tanto que o grupo se encaixou perfeitamente no movimento do Tropicalismo por conta do seu psicodelismo, canções experimentais e alternativas se utilizando de instrumentos inusitados, mas que anos depois foram inspirações para novas bandas.


Os Mutantes em 1968

Quem eram Os Mutantes nesse disco de estreia e o que eles tocavam?


Sérgio Dias - guitarra e voz
Era considerado na época um grande guitarrista por conta de seus riffs psicodélicos e por ter um talento surpreendente e saber se impor nas apresentações.

Arnaldo Baptista - baixo, teclado e voz
O talento de Arnaldo para tocar teclado, sobretudo piano sempre foi estratosférico, mas nesse disco ainda não víamos aqueles solos que marcariam sua carreira. Arnaldo era um dos principais compositores deste disco.

Rita Lee - voz, flauta doce, percussão
Era a integrante que dava uma suavidade ao grupo com sua voz e talento único de interpretação. Tinha como diferencial a capacidade de se reinventar, mesmo tão nova e gostava de improvisar instrumentos de percussão que ia desde prato ou apitos.




O álbum Os Mutantes foi considerado uma obra de vanguarda, graças à influência sofrida do Tropicalismo, que fez com que os Mutantes misturassem o rock psicodélico com elementos brasileiros, criando um tipo de música inédita no Brasil, que ainda sofria muita influência da fase mais pop dos Beatles, que recebia o nome de iê-iê-iê. O álbum recebeu várias críticas positivas ao redor do mundo. John Bush, do Allmusic, disse que "o álbum de estreia da banda Os Mutantes é de longe o melhor, uma viagem incrivelmente criativa que assimila pop orquestral, psicodelismo lunático, música concreta, encontro de sons ambientes; e isso é apenas a primeira música!" e conclui dizendo que o álbum é "Muito mais experimental do que qualquer um dos álbuns produzidos pela bandas da Grã-Bretanha ou América da era psicodélica".

(fonte Wikipédia)


O grande carro chefe deste disco se tratando das onze faixas foi "Panis et Circenses" que foi como um meteoro de talento. A canção foi composta por Gilberto Gil e Caetano Veloso em apenas quinze minutos. A letra é uma linda poesia e melhor ainda a composição melódica que foi utilizado vários recursos de percussão. Essa canção é uma das mais importantes não só do grupo e deste disco, mas como da história da nossa música. A letra tem uma forma de criticar aquelas pessoas que só enxergam através de seu umbigo e quanto mais chamamos a atenção cantando uma canção iluminada de sol ou soltando os tigres e os leões nos quintais ou matar um amor com um punhal luminoso às cinco horas na avenida central as pessoas não importam e estão na sala de jantar preocupadas em nascer ou morrer, ou seja, não levantam para fazer outra coisa.




Outra canção de grande sucesso deste disco foi "A Minha Menina" escrita por Jorge Ben Jor que também participou da canção tocando violão com bastante efeitos de eco. Uma curiosidade bacana dessa música é que a frase logo no começo "Agora tosse, todo mundo tossindo" é dita pelo próprio Jorge.

A canção "Baby", famosa na voz de Gal Costa esteve presente neste disco. A letra desta canção é aparentemente simples, sendo uma grande lista de necessidades que o jovem dos anos 60 precisava suprir para estar integrado. O arranjo da canção é estruturado de acordes simples maiores ao modo da música pop americana. Nesta canção, Sérgio Dias faz os arpejos de base na guitarra, papel costumeiramente dado ao violão de cordas de náilon nas composições brasileiras.

O disco é cercado de grandes composições melódicas e com letras totalmente bem planejadas pensando no Tropicalismo como vemos em "O Relógio" e "Le Premier Bonheur du Jour", mas vemos algumas experimentações que deram muito certo como em "Bat Macumba" que tinha tambores de candomblé.


Faixas


Faixa Título Compositor(es)



1
Panis et Circenses
Gilberto Gil e Caetano Veloso
2
A Minha Menina
Jorge Ben Jor
3
O Relógio
Arnaldo Baptista, Rita Lee, Sérgio Dias
4
Adeus Maria Fulô
Humberto Teixeira, Sivuca
5
Baby
Caetano Veloso
6
Senhor F
Arnaldo Baptista, Rita Lee, Sérgio Dias
7
Bat Macumba
Caetano Veloso, Gilberto Gil
8
Le Premier Bonheur du Jour
Frank Gérald, Jean Renard
9
Trem Fantasma
Arnaldo Baptista, Caetano Veloso, Rita Lee, Sérgio Dias
10
Tempo no Tempo (Once Was a Time I Thought)
John Phillips - Versão: Arnaldo Baptista, Rita Lee, Sérgio Dias
11
Ave Gengis Khan
Arnaldo Baptista, Rita Lee, Sérgio Dias



Ouça o Disco



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