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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Carnaval de São Paulo 2017 | Unidos do Peruche - Enredo, Destaques e Expectativas



Uma das escolas mais tradicionais e vencedoras da cidade de São Paulo é a Unidos do Peruche que tem passado por momentos tensos e ruins desde que iniciou o novo século com quedas para o Grupo de Acesso, desfiles com classificações fracas no Grupo Especial, mas parece que em 2015 quando venceu no Acesso deu a impressão de que a escola poderia caminhar novamente para o sucesso e digo que em 2016 esse passo teve continuidade após um competitivo campeonato do Grupo Especial e a escola conseguiu se manter, na décima segunda colocação.


Endereço
Rua Samaritá, 1040
Jardim das Laranjeiras, São Paulo - SP
CEP: 02480-080


A cidade de Salvador é o tema da Unidos do Peruche neste carnaval de 2017. Além de exaltar a cidade e sua importância para o Brasil, a escola irá exaltar os cidadãos soteropolitanos que é um caldeirão de raças, cultura, fé e a alegria.




Sinopse


Primeiro setor: A Lenda, a magia e o amor

Nas raízes desta cidade estão a magia e o amor, sobre eles construíram-­se as casas e a vida do povo. Num dia qualquer entre os anos de 1510 e 1511 (os historiadores não sabem ao certo) um português naufragou em frente à costa da Bahia. Bom nadador, escapou da morte no mar e ainda conseguiu salvar o mosquetão e, assim armado, alcançou a terra. Chamava­-se Diogo Álvares e os naturais do lugar, Índios Tupinambás que eram antropófagos, saudaram com entusiasmo sua chegada.

Vendo­-se o luso em grande aperto, lançou mão da arma providencialmente salva e fez fogo contra um pássaro no azul do céu, abatendo-­o com tiro certeiro. O clarão deslumbrou os índios, o pássaro morto lhes ensinou o medo.

"Caramuru! Caramuru!", ­ gritaram, saudando o filho do trovão, o pai do fogo e da morte, o ser estranho e colérico vindo das ondas. Trouxeram-­lhe frutas, prestaram­lhe homenagens, conferiram­-lhe honrarias. Para velar seu sono, para aquecer seu dormir, deram­-lhe a índia Paraguaçu, filha do cacique.

Caramurú ao ver tão bela índia por ela se apaixonou. Conta que Moema, a irmã de Paraguaçu, também nutria um imenso amor por Caramurú, e quando este embarcou com sua mulher para uma viagem à Europa, Moema se jogou ao mar e nadou léguas atrás do navio, atrás do seu amor. Mas, deixemos Jorge Amado concluir:

"Veio a lua e cobriu as águas de ouro e prata. Na distância se apagava a luz

do barco, perdida no céu de estrelas. Moema a nadar, Moema a se afogar.

Quando a luz derradeira da nau desapareceu na noite e na lonjura, quando

toda a esperança se finou, então lhe faltaram as derradeiras forças e

Moema se entregou à morte, sem Diogo não queria viver. Mergulhou nas

ondas com seu acompanhamento de peixes e luar, seu véu de noiva. Desde

então e para sempre o amor ilumina o mar e a terra da Bahia".

Não se pode contar a história da cidade de Salvador como se conta a história de outra cidade. Porque ela é diferente... porque suas lendas, seus mitos e mistérios facilmente se misturam com a realidade dos fatos.

O fato real é que Diogo Alvares, um dos mais importantes personagens de nossa história, levou sua esposa para ser apresentada à corte francesa. Paraguaçu causou furor na corte, se converteu ao Cristianismo, foi batizada com o nome de Catarina do Brasil, e com Diogo oficialmente se casou.

É considerada a mãe biológica de boa parte da nação brasileira, um dos maiores símbolos femininos da história do país, por ter exercido um papel fundamental na integração das raças que formaram o povo brasileiro. A visão que os marinheiros portugueses tiveram desta baía era a de um verdadeiro paraíso e neste paraíso eles vieram construir uma cidade inesquecível!

Segundo setor: A formação de um povo

Foi na Cidade de Salvador que se deu início à árvore genealógica da família brasileira. O índio que aqui já vivia se misturou com o branco oriundo da Europa (portugueses, galegos, italianos, holandeses, ingleses e franceses) e com o negro que veio trazido como escravo da África. O tráfico de escravos, o comércio infame, foi uma tragédia sem medida.

O negro levou nos ombros o fardo da escravidão, mas levantou a cabeça e apesar dos grilhões e dos pelourinhos, não se esqueceu de sua origem e de sua grandeza. Soube rir e lutar contra sua condição, e não abriu mão de preservar sua cultura, o canto, a dança, seus deuses, mistérios e rituais.

Sua resistência foi fundamental para a formação das peculiaridades e do caráter deste povo. Assim foram se misturando sangues e culturas nesse caldeirão de raças, para que surgisse daí o "baiano", um ser gentil e cordial, valente, de boa prosa e melhor riso, malicioso e sensual, de gula e de dengo, com imaginação pra dar e vender, e, com uma alegria infinda.

Salvador se tornou uma cidade de "fortes", não apenas por causa das fortalezas construídas para defendê-­la, mas principalmente pela força, coragem e heroísmo de sua gente que por inúmeras vezes, bravamente, defendeu o solo brasileiro e sua soberania, dando seu sangue em revoltas, na busca de justiça, independência e liberdade. A mais importante data cívica de Salvador e da Bahia faz referência ao dia 2 de julho (1823), data em que aconteceu a verdadeira independência da Bahia e do Brasil, conquistada com a vontade, o suor e o sangue do exército baiano auxiliado por gente do povo (índios, negros e os sertanejos) que, cerca de dez meses após o Grito de Independência ou Morte, dado por D. Pedro I, tiveram que pegar suas armas e lutar para realmente expulsar os portugueses de Salvador e do Brasil.

Neste capítulo de nossa história despontam o heroísmo de três corajosas mulheres: Maria Quitéria, que fingiu ser homem para engrossar as fileiras do exército brasileiro, se tornando a primeira mulher brasileira a entrar num campo de batalha; Madre Joana Angélica, que foi assassinada na porta de seu convento, impedindo que os portugueses lá se refugiassem; Maria Felipa, uma negra, trabalhadora braçal, pescadora e marisqueira, que liderou outras mulheres negras, índios tupinambás e tapuias em batalhas contra os portugueses que atacavam a Ilha de Itaparica, queimando 40 embarcações portuguesas que estavam próximas à Ilha.

A grande festa de 2 de julho se inicia com o cortejo que traz as imagens do Caboclo e da Cabocla. O Caboclo é a síntese do povo baiano (miscigenado), símbolo de sua eterna luta pela liberdade. A Cabocla foi inserida posteriormente no cortejo inspirada na figura terna da índia Paraguaçu, simbolizando a conciliação entre portugueses e brasileiros através do parentesco e a valorização desta mistura na formação do povo.

É ele que rege e que vai à frente do desfile, aclamado. É nos pés dele que o povo deposita seus pedidos e preces. É pra ele que os terreiros de candomblé de Angola (nação banto), e de origem cabocla, batem seus tambores nas noites do 2 de Julho, em toda a Bahia. Como diz o Hino ao 2 de julho:

"Nunca mais o despotismo

Regerá nossas ações

Com tiranos não combinam

Brasileiros corações"

Terceiro setor: Um povo de fé

Certamente forças espirituais conduziram a nau de Américo Vespúcio fazendo­-o chegar naquele lugar no dia de Todos os Santos, inspirando-­o assim a batizar o lugar como Baía de Todos os Santos. Em Salvador, como em nenhum outro lugar do Brasil, cultuam­-se todos os santos, nesta terra o povo resistiu às imposições e vontades dos colonizadores e dos governantes ao longo dos tempos, e conquistou o direito de manifestar sua fé, cumprir seus ritos com respeito e liberdade, e, com liberdade, o povo dança suas danças, canta suas canções e faz suas festas.

As festas religiosas, manifestações populares de fé, são a cara de Salvador. Um calendário extenso, de festas e celebrações sempre acompanhadas da deliciosa culinária baiana, atraem milhares de fiéis e turistas. Além de sua própria festa, Nossa Senhora da Conceição também participa da Festa de Bom Jesus dos Navegantes. Sua imagem sai da igreja para se juntar à imagem do seu filho. Juntos numa Galeota eles navegam numa espécie de procissão marítima da Igreja da Conceição até a Igreja da Boa Viagem. A origem da devoção pertence aos marinheiros que pediam proteção para enfrentar os desafios do mar.

Em 27 de setembro, dia consagrado a São Cosme e Damião, os devotos do Candomblé oferecem animadas festas, servindo o caruru. Cosme e Damião para os católicos são adultos, médicos.

No candomblé são crianças, são ibejis, santo que não é incorporado, mas eles têm intimidade com os orixás, e, não há orixá que não ouça o canto de um menino. É uma manifestação bela que consegue nos lembrar de forma mágica e lúdica o quanto a infância é sagrada, pura, alegre e forte o bastante para nos fazer esquecer, pelo menos por alguns momentos, das agruras do dia ­a ­dia. Passado o Carnaval, o som que embala os dias do povo em Salvador é o forró. Tudo pra já entrar no clima das festas Juninas em louvor a São João e Santo Antônio. É comum a organização de novenas regadas à boa comida baiana, nos lares do povo, onde se preparam originais altares em homenagem ao santo.

Dia 02 de fevereiro é o dia de levar os presentes para Iemanjá, a Rainha do Mar. Os presentes são colocados em grandes balaios que são levados para o alto-mar de onde são lançados para ela, juntamente com os pedidos dos fiéis que nas areias do Rio Vermelho cantam e dançam com muito samba de roda, capoeira, além de giras de Orixás e Caboclos. A caverna de ouro, como é chamada a Igreja de São Francisco na Praça do Pelourinho, é motivo de orgulho e devoção na cidade. Seu requinte e esplendor em ouro é a mais completa tradução do barroco baiano, que buscava conjugar devoção e riqueza.

Deste caldeirão de fé surgiu o sincretismo religioso, especialmente do catolicismo com o candomblé, por isso vemos com frequência o povo entrando pelas portas das igrejas e saindo pelas portas dos terreiros de candomblé. Nenhuma festa religiosa demonstra melhor este sincretismo afro­baiano, como a Festa do Senhor do Bonfim. Nela se festeja ao mesmo tempo aquele que é na devoção do povo, o maior santo católico, Senhor do Bonfim, e o maior dos Orixás, Oxalá, o pai de todos.

Juntos, as baianas, católicos, mães e filhos de santo e grupos de afoxé, participam de uma enorme procissão que parte da Conceição até a Colina Sagrada, onde fica a Igreja do Bonfim. Lá chegando, as baianas lavam as escadarias, num ato de renovação da fé de um povo, numa festa sagrada e profana, que é a cara da Bahia. A Mansão da Misericórdia, como é carinhosamente chamada a Igreja do Bonfim, reafirma sua essência e missão secular, de a todos acolher sem distinção.

A força espiritual da cidade de Salvador fica ainda mais evidente quando destacamos a trajetória de três ícones religiosos, exemplos de perseverança e fé: Mãe Menininha do Gantois, o rosto da bondade e a voz da experiência! A mais famosa Iyalorixá da Bahia, tornou-­se conhecida e respeitada por todos por sua luta pela legalização do culto aos Orixás (o candomblé), e sua consequente integração na sociedade nacional. Como diz a canção:

"Olorum quem mandou essa filha de Oxum, tomar conta da gente e de tudo cuidar

Olorum quem mandou ô ô, ora iê iê ô"

(Música Oração à Mãe Menininha/Dorival Caymmi)

Irmã Dulce, o anjo bom da Bahia, que dedicou sua vida ao atendimento de pobres e necessitados. Sobre seus frágeis ombros ela deixou recair a responsabilidade por milhares de vidas. Tijolo por tijolo ergueu um império de amor e solidariedade. Atendeu a todos, porque como ela mesma dizia: "Esta é a última porta, por isso eu não posso fechá-­la".

A luta foi seu milagre, um milagre que até hoje acontece. Divaldo Franco, o embaixador da paz, um verdadeiro apóstolo do espiritismo, que com suas palavras e livros leva conforto e esperança ao povo, e, com seu projeto educacional transforma a vida de milhares de crianças excluídas das periferias de Salvador. Estes três seres são como simbólicos faróis (tão marcantes na paisagem de Salvador, sinalizando com sua luz o caminho do bem).

Quarto setor: As marcas de um povo

A figura da baiana é muito mais que um traje típico, é um símbolo desta terra, reconhecido em qualquer lugar do mundo. Foram estas mulheres que resgatando algumas de suas tradições africanas criaram uma culinária genuinamente baiana (outra marca do lugar) onde brilham o dendê, o leite de coco, a pimenta, o coentro e os frutos do mar.

A capoeira veio de Angola nos navios negreiros. É uma luta única no mundo, luta na qual a agilidade comanda e os pés e cabeça são decisivos. Perseguida e condenada, a capoeira, para sobreviver teve que acobertar­-se nas sombras da música dos berimbaus, ser ao mesmo tempo luta e balé. E que balé! Que graça, que força, que elegância nos movimentos dos lutadores! Foi assim que ao som dos berimbaus de capoeira, os negros puderam preservar sua luta, e, ao transformá-­la, fizeram­-na baiana e brasileira!

"Um velho calção de banho, o dia pra vadiar

Um mar que não tem tamanho e um arco-­íris no ar

Depois na praça Caymmi, sentir preguiça no corpo

E numa esteira de vime beber uma água de coco

É bom, passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã

Ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã"

(Música "Tarde em Itapuã"/ Vinícius de Moraes e Toquinho)

As praias de Salvador foram eternizadas em canções e poemas. Suas belezas foram também retratadas nas telas, e, em cores vibrantes pudemos ver o mar, as areias claras deste litoral, as jangadas, os coqueiros e os pescadores com suas redes, todas marcas desta cidade solar. Em Salvador, o conceito de cultura ultrapassa o limite de qualquer definição e compreende um universo inesgotável de riquezas, que podemos considerar como os tesouros deste povo.

Na literatura, na música, na fotografia e no cinema os filhos legítimos da cidade e os adotivos também declararam o seu amor a esta terra, e, deste saboroso caldeirão das artes eis que surge a Tropicália, movimento cultural revolucionário que chegou cantando:

"Viva a banda, da, da

Carmem Miranda, da, da, da, da

Viva a banda, da, da

Carmem Miranda, da, da, da, da"

(Música "Tropicália"/Caetano Veloso)

Hoje não só a música baiana mas toda a música brasileira é marcada pelos ritmos do povo dessa cidade: os ritmos do candomblé, do samba de roda, da capoeira. Das músicas dos afoxés e das rodas de berimbau se alimentaram os moços da bossa nova. Dessa água vem todos beber!

A arquitetura também é uma marca da cidade que foi criada, construída e mantida por seu povo. Das pedras negras no chão do Pelourinho que no passado foram encharcadas com o sangue dos escravos, hoje brota cultura em um dos mais belos conjuntos arquitetônicos brasileiros, considerado um patrimônio da humanidade. O Pelourinho é um deslumbramento! Todos os cantos do Pelô parecem estar ali para nos fazer voltar no tempo e para não nos deixar esquecer de nossa nobre matriz negra que teve suas heranças preservadas pela resistência de um povo. Ah, não há como negar... Esta cidade deixa marcas na gente...

"Deixa ver, com meus olhos de amante saudoso a Bahia do meu coração

Deixa ver, baixa do Sapateiro Charriou, Barroquinha, Calçada, Tabuão!

Sou um amigo que volta feliz pra teus braços abertos, Bahia!

Sou poeta e não quero ficar assim longe da tua magia"

(Música "Bahia com H"/ Denis Brean)

Quinto setor: A alegria do povo - O Carnaval da Bahia

Este povo, que não tem medo de inovar e de tudo misturar, tão rico de alegria de viver, de gentileza e de graça, ainda faz uma das maiores festas populares de rua do mundo: o Carnaval Baiano. Foi no carnaval de 1950, um tempo onde o povo apenas assistia ao desfile dos corsos e das sociedades, um desfile carnavalesco nos moldes europeus, com pessoas fantasiadas com fantasias clássicas (pierrô, colombinas e arlequins), que pela primeira vez foi para a rua a inesquecível Fobica, que mudaria para sempre o carnaval da Bahia.

Apaixonados pelo frevo, Dodô e Osmar resolveram criar uma versão eletrônica do ritmo utilizando sua invenção, o pau eletrificado, precursor da guitarra baiana. Para entrar no cortejo, eles transformaram um velho calhambeque, um Ford 29, que apelidaram de Fobica, instalando nele alto-falantes e com seu frevo eletrificado puseram todo o povo pra dançar! Uma canção de Moraes Moreira revela como tudo aconteceu:

"Varre, varre, varre vassourinhas, varreu um dia as ruas da Bahia

Frevo, chuva de frevo e sombrinhas, metais em brasa, brasa, brasa que ardia

Varre, varre, varre vassourinhas, varreu um dia as ruas da Bahia

Abriu alas e caminhos pra depois passar o trio de Armandinho, Dodô e Osmar

E o frevo que é pernambucano, ui, ui, ui, ui

Sofreu ao chegar na Bahia, ai, ai, ai, ai

Um toque, um sotaque baiano, ui, ui, ui, ui

Pintou uma nova energia, ai, ai, ai, ai

Desde o tempo da velha fobica, hahahahaha, parado é que ninguém mais fica

É o frevo, é o trio, é o povo, é o povo, é o frevo, é o trio

Sempre juntos fazendo o mais novo Carnaval do Brasil"

O Carnaval em Salvador é também lugar de expressão de raiz! Foi na resistência, na luta pelo resgate e valorização de sua ancestralidade e negritude que os afoxés e blocos afros foram pras ruas e mostraram a beleza da raça e a força de seu batuque.

"Filhos de Gandhi, Badauê

Ilê Alê, Malê de Balê, Ojú Obá

Tem um mistério que bate no coração

Força de uma canção que tem o dom de encantar"

(Música "Ijexá"/Edil Pacheco)

Da mistura da ideologia de Mahatma Gandhi, pela não violência e paz com o culto aos orixás surgiu o Afoxé Filhos de Gandhy. O "tapete branco da paz", como é conhecido, cultua a tradição da religião africana ritmada pelo agogô e, com seus cânticos na língua Iorubá, "traz pra você o novo som Ijexá".

"O Araketu, o Araketu quando toca

Deixa todo mundo pulando que nem pipoca..."

(Música "Pipoca"/Alain Tavares, Clóvis Cruz, Carlos Tavares e Gilberto Santos)

O bloco­afro Ara Ketu ou Povo de Ketu, foi fundado por moradores do subúrbio ferroviário de Periperi, em Salvador. Com um balanço irresistível, o bloco foi além, se reinventou, experimentou outros tipos de som (samba e axé) e deixou a todos "mal acostumados" esperando sua passagem. A música do Olodum é a música das ruas, do Carnaval, da luta contra o racismo, um trabalho que ao mesmo tempo que transmite conhecimento, gera um sentimento de identidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural. Sua cultura percussiva se uniu a canções, temas especialmente compostas para seus desfiles e apresentações.

"Que mara, mara, mara maravilha eh, Egito, Egito eh"...

Em 2017, a canção "Faraó Divindade do Egito" (Luciano Gomes) completará 30 anos. Mais que apenas um tema exótico, o Olodum além de valorizar a cultura egípcia, mostrou aos negros e afrodescendentes a grandeza de seus ancestrais na história da humanidade.

"Eu falei Faraó

Eh Faraó, Eh Faraó

Eu clamo Olodum Pelourinho

Eh Faraó, Eh Faraó"

Que seus tambores continuem a bailar no alto, e que seu som continue a ecoar pelo mundo afora! Quando "o mais belo dos belos" despontou na avenida, revelou o Mundo Negro para o Carnaval de Salvador. O Ilê Aye teve axé e coragem para ir contra a ordem estabelecida, e com seu trabalho sociocultural e suas apresentações se tornou uma das maiores referências de resistência, preservação da cultura de origem africana e afirmação da negritude como forma irrepreensível de garantir a Consciência Negra. Como diz a canção:

"Quem é que sobe a Ladeira do Curuzu

É a coisa mais linda de se ver, é o ilê Aye"

Carlinhos Brown se tornou um dos filhos mais ilustres desta terra, com sua expressão percussiva, sua inquietude criativa, sua consciência social e muita atitude, promoveu o milagre do Candeal, bairro pobre da Salvador onde nasceu. O músico criou vários projetos, programas e grupos musicais que modificam até hoje a vida de crianças e jovens carentes. Extremamente ligado à cultura afro­brasileira e ao carnaval da Bahia, Brown promove o respeito à ancestralidade africana ao mesmo tempo que defende a mestiçagem das raças, das culturas, dos ritmos e dos sons. Exatamente por isso é chamado de Cacique do Candeal. (Brown) Ao reinventar a sonoridade do timbau, reuniu um grupo de percursionistas, criou o Timbalada, que com seus corpos pintados e nas "Asas de um Passarinho" levam seus sucessos e fazem soar seus timbaus nos quatros cantos do mundo.

Mas, o baiano quer e pode mais! Criou uma música genuinamente baiana, um som híbrido inspirado em outros tantos gêneros musicais e a chamou de Axé Music. Hoje o Carnaval baiano, com seus trios cada vez mais elétricos, lança suas estrelas ao mundo e em seu caldeirão de alegria, mistura todas as tribos e todos os sons.

Salvador é assim uma terra única, que desperta em nós uma genuína paixão, é por tudo isto que a Peruche, no Carnaval 2017, também faz soar seus tambores e orgulhosamente anuncia: Salve Salvador! Salve a Bahia! E que Salvador nos dê muito axé para que façamos mais um maravilhoso espetáculo na maior festa popular do mundo, o Carnaval Paulistano.




Trio de Destaque

[como disse nas postagens anteriores] Para que uma escola de samba possa funcionar e realizar um ótimo desfile necessita de várias pessoas como presidente, carnavalesco, mestre de bateria, artesãos, merendeiros, intérpretes, coreógrafos, serralheiros, entre outras ocupações quando é envolvido o carnaval, mas o Trio de Destaque são aqueles que no meio da multidão de uma escola do samba fazem a diferença. 



A Porta bandeira Thais Paraguassu é uma das mais respeitadas e aclamadas do carnaval paulistano. Tem um talento indiscutível e encanta com seu sorriso, sem falar que ela forma dupla com um dos grandes mestres sala do carnaval.



Fabiano Dourado é um dos nomes mais respeitados do carnaval paulistano, sobretudo por possuir um talento magnifico de sua função de Mestre Sala, sem falar que faz parceria com Thais Paraguassu, tornando-os o melhor casal de São Paulo.



O intérprete Toninho Penteado está dando voz a escola desde 2010, às vezes em parceria com outro, mas nesse ano de 2017 seguirá solo e tem um grande respeito dos perucheanos a os sambistas.



Unidos do Peruche  em 2016


Expectativas Pessoais

A escola de samba Unidos do Peruche é uma das mais antigas e tem muitas histórias para contar sobre o carnaval, mas infelizmente a escola tem passado por páginas tensas da sua história nos últimos anos, chegando a quase cair no Grupo UESP-1. Voltou bem após um belo desfile em 2015 e conseguiu a sua permanência no Grupo Especial. A escola parece estar mais organizada do que os últimos anos, trabalhando pautando um planejamento melhor referente ao trabalho de alegorias e fantasias e uma distribuição de tarefas e responsabilidades de forma coesa e prática para que cada um faça apenas o seu com eficiência. Minha expectativa é de ver uma escola ainda mais vibrante que 2016 e vai trazer um enredo muito bacana e junto a ele um samba divertido que vai levantar o público. Sobre a classificação é muito difícil de opinar, mas acredito que a escola está com o pés no chão referente a sua permanência na elite do carnaval, pois acredito que será um pouco difícil da escola chegar ao título e não estou desmerecendo a escola, pois atualmente o carnaval está cada vez mais disputado e mais de cinco escolas tem o favoritismo e acredito que a escola tem como foco fazer um desfile sem cometer grandes erros e continuar no Grupo Especial e num planejamento de médio prazo pensar em voltar nas campeãs e até ganhar o carnaval.



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