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terça-feira, 4 de outubro de 2011

#11 Clara Nunes - As 40 Maiores Cantoras Brasileiras da História


Posição 11 - Clara Nunes


Voz clara, verdadeira e forte fez de Clara Nunes uma das maiores cantoras de samba da história e conseguiu esta colocação, a posição onze por muitos apontarem como uma das cinco maiores vozes de todos os tempos no Brasil. Clara Nunes arrastou multidões com seu canto tanto para quem gosta de samba, música românctica, chorinho e MPB.

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro nasceu na cidade de Paraopeba, em Minas Gerais no dia 12 de agosto de 1942, seu pai era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Faleceu em 1944 e, pouco depois, Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo criada por seus irmãos. Clara iniciou na música por acidente, ams de forma indireta no coro da igreja, quando fazia catecismo.

Cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina, Clara, com 14 anos venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Com 16 anos, morando em Belo Horizonte conheceu o violonista Jadir Ambrósio onde apresentou Clara para diversas rádios.

Após ganhar vários concursos musicais no início da década de 60 em Minas Gerais e São Paulo, Clara Nunes entrou para a TV Itacolomi com programa "Clara Nunes Apresenta", que foi ao ar por um ano e meio, no qual se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, como Altemar Dutra e Ângela Maria.

Em 1966, contratada pela gravadora Odeon, gravou o primeiro LP, A Voz Adorável de Clara Nunes. No disco interpretou boleros, sambas-canções e a canção "Adeus Rio".

No ano de 1968, gravou o segundo disco, Você Passa eu Acho Graça, sendo este seu primeiro sucesso, fixando sua presença no samba. No ano seguinte, lançou A Beleza que Canta, disco no qual interpretava "Casinha Pequena", música de domínio público. Neste mesmo ano, com a música "Ave Maria do Retirante" classificou-se em 8º lugar no "IV Festival Internacional da Canção Popular", sendo lançado nesse mesmo ano o disco homônino.

Em 1969 a cantora ganhou o primeiro lugar no "I Festival da Canção Jovem de Três Rios" com a música "Pra que Obedecer" e ainda classificou-se em terceiro lugar com a composição "Encontro", onde cada vez mais a cantora cairia na graça do público.

Em 1970, apresentou-se em Luanda, na África. No ano seguinte, gravou o quarto LP, no qual interpretou "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela, e "É Baiana", música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1970. No ano posterior, em 1972, lançou o LP Clara, Clarice, Clara, no qual interpretou "Seca do Nordeste", além de "Morena do Mar", "Vendedor de Caranguejo" e a faixa-título, "Clara Clarice Clara". O disco ainda contou com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos do quilate do violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco. Obteve uma alta venda de discos ao gravar música "Tristeza, Pé no Chão", chegando a vender mais de 100 mil cópias.

Clara foi convidada a se apresentar no Festival de Cannes em 1974 e conseguiu se apresentar muito bem e conseguiu vender mais de 700 mil cópias em seu disco após ganhar mais público com o álbum Alvorecer e no mesmo ano, ultrapassou mais 200 mil cópias no álbum Brasileiro Profissão Esperança.

Mas foi em 1975 que Clara Nunes lançou seu "hino" que imortalizou sua carreira, foi no álbum Claridade e o nome da canção "O Mar Serenou" que até hoje é executada, seja por ela nas rádios ou por outros artistas, "Juízo Final" foi mais um sucesso do álbum que vendeu mais de 1 milhão de cópias.

Clara gravou o LP Canto das Três Raças em 1976. Além da faixa-título, grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com "Lama", "Tenha Paciência", "Riso e Lágrimas", "Fuzuê" e "Retrato Falado". O álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias, um sucesso absoluto da cantora que era uma das melhores na época.

Em 1977, lançou o disco As Forças da Natureza, um álbum mais dedicado ao partido alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título, "Coração Leviano" e "Coisa da Antiga". O álbum vendeu mais de 800 mil cópias.

Em 1978, foram lançados os álbuns Guerreira, no qual Clara interpretou vários ritmos brasileiros além do samba - sua marca registrada - vendendo mais de 1 milhão de cópias, e Esperança, com destaque para a faixa "Feira de Mangaio" e o álbum chegou perto da casa de 1 milhão de cópias.

Clara Nunes carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, a fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga emocional.

Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum Brasil Mestiço, que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola", que foi um de seus mega-hits, ainda mais que tinha a parceria de Chico Buarque. Outros sucessos foram "Brasil Mestiço, Santuário da Fé", "Peixe com Coco", "Última Morada" e "Viola de Penedo". Ainda naquele ano, a cantora participou dos LPs Cabelo de Milho (de Sivuca) e Fala Meu Povo (de Roberto Ribeiro), e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico Buarque.

Gravou em 1981 o LP Clara, com grande sucesso para a música "Portela na Avenida", com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça" (dirigido por Bibi Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada Sucesso de Ouro.

Em 1982, Clara lançou Nação, o último álbum de estúdio da cantora que vendeu mais de 1 milhão de cópias. O LP teve como destaques a faixa-título, "Menino Velho", "Ijexá", "Serrinha". Ainda naquele ano, Clara se apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho e participou do LP Kasshoku, lançado no Japão pela gravadora Toshiba/EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK. Clara tinha uma forte influência garantida pelo exterior e já era uma cantora bem conhcida em vários países.

Clara Nunes poderia gravar mais discos, mas infelizmente em 1983 em uma simples cirurgia de varizes, a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Na madrugada de 2 de abril de 1983 - um Sábado de Aleluia -, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito aos 39 anos de idade, vítima de um choque anafilático.

Sem dúvida Clara Nunes merece o título de uma das maiores cantoras da história por tudo que ela fez em prol da música e de seus rítmos, principalmente com o samba. Grande compositora e intérprete de canções suas e demais autores, Clara conseguiu atingir o topo de tudo que poderia imaginar como atingir o topo das paradas musicas brasileiras e pelo exterior, atingir vendas excepcionais com mais de 1 milhão de cópias e ter shows lotados e brilhar na Portela nos carnavais cariocas. Você que ainda está vivo lendo este texto se dedique e ouça nem que seja um dia pelo menos dez músicas de Clara.

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